26 março 2013

diários

Foi à mesa do café que se mencionou aquele nome pela milésima vez. O caminho por esta altura era feito à retaguarda, como tantas outras vezes. De olhos fechados, mais uma vez tentando palpar os pontos de conforto. E abri-los, sem reconhecer ponto algum. O reconhecimento do fim, paralisante, levava-me incontornavelmente de volta a ela. Nos passos deixados outrora. Num reviver da loucura, deixada outrora, junto aos passos. Como um sonho interrompido. Que eu, em vão, tentara retomar todas as noites. Foi a perda da esperança que me matou, que nos matou, que a matou. Poderia enlouquecer um homem sem esperança, se não padecer, pelo menos, de um desses males. É um mundo estranho, no qual sobrevivo sem ela. Num efeito reflexo, tudo ao contrário. E no entanto, é mais uma vez, à mesa do café que me reconheço, ainda ao mencionar o nome dela.

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