30 dezembro 2011

You come to love not by finding the perfect person, but by seeing an imperfect person perfectly.


Sam Keen.

20 dezembro 2011

[...]Ninguém consegue dizer o que é a vida. O que quer que se diga sobre ela tem-se sempre razão. Surpreendente, inesgotável, profundamente injusta, violenta, implacável, atrozmente bela. Ambígua. Começa a fazer uma lista na cabeça e depois desiste. É enorme dizer vida.

Pedro Paixão, em Rosa Vermelha em Quarto Escuro
Dou o passo
volto a viver aquilo que ja me tinha esquecido,
que podia viver,
que sabia sentir,
que sabia viver

Ó gloriosa alegria
que nasces de mansinho no horizonte
que trazes contigo aquela vida
brilhante,
quente,
viciante.

Como se vive aseguir a
uma vida?

19 dezembro 2011

Sabe que atravessou uma fronteira mas não sabe dizer qual. Se alguém lhe perguntasse faria um esforço e talvez encontrasse não a resposta certa mas a possível que calasse a pergunta. Mas não há quem lhe pergunte. Vai até ao espelho do quarto de banho e olha a sua cara. Tão estranho ter-se uma cara. O lugar dos olhos. O desenho dos lábios. A cor da pele. Passa água fresca sobre a cara. Não se seca com a toalha que está mesmo ao seu lado direito. Continua a olhar-se com a cara molhada. O que nos une é a mesma ignorância. É uma frase que lhe vem com frequência à cabeça nas últimas semanas.


Pedro Paixão, em Rosa Vermelha em Quarto Escuro

05 dezembro 2011

[...]Em certo serão de Inverno, Sofia, Ana quebrou-te, creio que por descuido, um braço a uma boneca. Tu foste para o quarto, grave, sem uma lágrima. E de um a um quebraste todos os teus bonecos, impedindo violentamente que te levassem os cacos: melhor a naúsea das compensações medianas, preferias o absoluto da destruíção.

Aparição, de Vergílio Ferreira

01 dezembro 2011

Quando me aproximei, senti
através do calor provocado pela febre,
esse perfume misterioso que emana de uma mulher.

Que por si só, contém todos os perfumes das flores.

E o medo de voltar a cegar.
Voltar, não podendo voltar.