26 fevereiro 2012

VII.
O equilíbrio. O desequilíbrio. O apesar de. O amor. São estas as palavras que ecoam dentro da sua cabeça, como uma música que ficou na memória dos tempos de infância. Faz um jogo de paciência. Quantas vezes por minuto pensa nela. Uma, duas, três, quatro, perde a conta à trigésima primeira vez.
Lembra-se de um dia no jardim, que se sentaram na relva. Namoraram na relva. Conversaram na relva. Foram felizes na relva. O cheiro dela colado ao cheiro dela, o cheiro dela por cima do cheiro dela, por baixo dela, por cima dela, por tudo o lado. Em todo o lado. Agarrado, impregnado, colado, sempre, para sempre. Também ele como uma musica que ficou na memoria dos tempos de infância.
Sente-se fraca nos dias em que estas memórias a assaltam. Sente que quer voltar. Há dias em que a força para fugir é tão pouca, é também ela fraca. Sente que não pode voltar. Debate-se durante alguns minutos. Acende um cigarro. As palavras continuam a ecoar na sua cabeça, vêm com cada batida do coração, querendo saltar quase do peito para fora. Apaga o cigarro. Hoje não irá dormir novamente.

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